Sempre tive muita curiosidade em visitar o Santa Marta.E uma comunidade que fica em Botafogo,na zona sul do Rio de Janeiro,onde Michael Jackson filmou um clipe e Madonna também esteve.Foi a primeira comunidade no Rio,que ganhou uma UPP,fruto da pacificação que aconteceu ,nos anos 2000.Resolvi então me dirigir para Botafogo,saindo de BRT da barra e pegando o metro até a Estação Botafogo,de onde caminhei ate a São Clemente,para acessar a comunidade.Não há ruas dentro da mesma,como nas demais.Assim,a visita deve ser feita por um plano inclinado,que é gratuito ou subindo mais de 800 degraus...
Ao chegar,na entrada da comunidade,encontrei ainda na São Clemente,um balcão vazio de informações sobre os passeios.Apos uns 15 minutos,apareceu um guia de turismo,pasmem vocês do Congo,de nome Jean Rene Mandundu.Muito gentil.nos comunicou que fazia o passeio de aproximadamente 2 horas e que custava 50 reais por pessoa.
René,que está no Brasil há 10 anos,se formou em guia de Turismo no Colégio Estadual Antônio Prado Junior e mora na própria comunidade.
Começamos o tour pelo plano inclinado.São 5 estaçoes e cada uma delimita uma área de habitação.Fomos até a Estação 3 e de la tomamos o segundo plano inclinado até o final.A comunidade parece estar ciente da importância do turismo local e nos recebe com sorrisos e satisfação.Vamos primeiro ver onde tudo começou e a Unidade de Policia Pacificadora,alvejada com balas,que marcam o local.
Comecamos então a descer pelas vielas,encontramos jovens sentados conversando e algumas mulheres limpando as casas.Não é possível fazer a visita sozinho,na minha opinião,Nao se conseguiria ver o mais importante e sobretudo haveria a possibilidade de se perder.
O encontro com os moradores locais efetivamente se da na casa da D.Marlene que tem uma bonita coleção de relógios.Embora não estivesse em casa,fomos recebidos por seu irmão.Continuamos então para o Mirante,onde se tem uma vista lindíssima de Botafogo e se avista também o cemitério São joao Batista.Dali,prosseguimos para visitar a estatua de Michael Jackson.Encontramos uma linda loja de suvenires locais ,feitos pelos moradores.Comprei dois chaveiros,dez reais cada e um relógio de parede por 35 reais.Rene,que fala muito bem português nos enchia ,no bom sentido de inúmeras informações.Pedia somente que não se fotografasse a população.Como adoro rostos,pedi a alguns moradores que autorizaram.
A descida pelas vielas nos permite uma visão real do dia a dia dos moradores.Passamos até por uma agência de viagens,da Flytour que se estabeleceu ali há mais de 5 anos e que segundo a proprietária que não e da comunidade,funciona muito bem.Via de regra,as passagens aéreas e pacotes são vendidos em carnês ,que devem ser quitados antes da viagem.
Não tivemos nenhum contato,nem vimos o pessoal responsável pelo tráfico,embora o mesmo exista .Na ultima parte,visitamos a Associação de moradores e vimos como é feita a distribuição de cartas.
Foi uma experiência e vivência cultural.que me mostrou mais uma vez a importância da diversidade e como a cadeia produtiva do turismo pode realmente acontecer dentro de uma comunidade.Muito obrigado,Merci beaucoup Jean Rene....
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