Retornei à Angola,após mais de 15 anos e encontrei um novo país.Não reconheci a bonita Luanda,onde fiquei hospedado no Hotel Presidente,mesmo estabelecimento que me havia acolhido,quando estive na primeira vez,chamado então de Meridien.
A viagem ,na classe executiva da TAAG foi muito boa.Os tramites no aeroporto do Rio rápidos e a sala da classe executiva,compartilhada por várias empresas,bem razoável.Os tripulantes bem capacitados,sendo que na volta foram bem melhores .O avião moderno,limpo,com variedade boa de entretenimento e comida razoável.Senti falta de um pouco mais de glamour na comida,embora o champagne Demoiselle servido durante todo o vôo estivesse em boa temperatura e que o café fosse preparado na hora.
O vôo é rápido,aproximadamente 8 horas e as poltronas reclináveis permitem um bom descanso,embora os banheiros precisassem de maior limpeza durante o vôo.A chegada em Luanda não foi das melhores:os passageiros da primeira e da executiva não tiveram nenhuma atenção especial no desembarque e amarguramos uma espera de quase 2 horas,no controle de passaporte,já que vários vôos chegaram ao mesmo tempo.
Embora tivesse alguém me esperando no aeroporto,senti o serviço de taxis bem confuso e os motoristas chamando os passageiros.
Ao chegar ao hotel Presidente,encontrei um outro estabelecimento com serviços que superaram minhas expectativas,embora os preços fossem exorbitantes:o almoço-buffet custava em média USD 120,um hambúrguer com fritas USD 45 e o quarto USD 500 com café da manhã.Alias,o café farto e com produtos locais.
O transporte publico é deficiente,assim o melhor é pegar uma van,que custa USD 2,por trajeto e partir para o abraço. É uma ótima oportunidade para melhor conhecer a cidade e sobretudo ter contato com a população anfitriã.Os taxis são caríssimos também:uma corrida custa em média USD 20.Luanda é a cidade mais cara do mundo,embora o salário mínimo seja de 20 mil kwanzas,que equivalem a 200 USD.
Comecei passeando sozinho pelo bonito passeio publico,cheio de locais agradáveis para sentar,com pássaros na orla marítima ,que começa no porto,ao lado do hotel e vai até o forte São Miguel.A fortaleza São Miguel é de uma beleza única,não só nos recordando os anos duros da colonização mas com paisagens exuberantes da cidade. .A cidade é bem policiada e me senti seguro durante todas as vezes que sai para passear ou fazer compras,nos horários diurnos e noturnos.
O país ainda não está preparado para turistas que viajam por conta própria:não há sinalização,nem postos de informaçõss turísticas,sendo o hotel,o local que atua como centralizador das informações.O ideal é contratar um taxi,para conhecer a cidade,por aproximadamente USD 140.Não há ônibus que circulem pelos pontos turísticos,nem agencias que operem tours locais,abertos aos que estão na cidade.As reservas devem ser feitas anteriormente.
Visitei,ainda à pé,o monumento ao líder Agostinho Neto,que tive a satisfação de conhecer,quando do exílio do meu pai,na Argelia.
O artesanato é caríssimo nas poucas lojas,que existem no centro para turistas e mesmo no aeroporto.Imaginem,que comprei uma boneca por USD 60,um chaveiro por USD 25 e uma mascara por USD 150.Só depois ,fui descobrir a existência de um mercado de artesanato,onde se pode barganhar e comprar objetos mais baratos,embora ainda muito mais caros do que em qualquer país da região.
A melhor marca do país é a sua população,sempre sorridente,amável,procurando ajudar e apaixonada pelos brasileiros.Conhecem nossos hábitos,nossa musica,nossa comida e sobretudo nossas novelas,que fazem parar o país,junto com os jogos de basquete,uma das paixões dos angolanos,que são campeões africanos.
E também um país de muitas contradições:com as favelas na área de Viana,cidade satélite de Luanda,servida por trem muito confortável mas com lixo a ceu aberto e muitos problemas de doença e por outro lado residências luxuosíssimas em municípios vizinhos.Uma realidade,que conhecemos bem...
O museu da escravidão
,que pode ser atingido de catamarã,saindo do Porto,em horários previamente estabelecidos é junto com o Mussolo, as duas paradas obrigatórias.O museu com acervo pequeno é uma marca da história da escravidão,que aliás uniu nossos países para sempre.
Durante minha estada no país ,visitei também Benguela,que tem nos arredores o aeroporto mais moderno do país com "mangas"como dizem os locais,os fingers ou corredores sanfonados.Fiquei surpreso do hotel em Benguela solicitar pré-pagamento total das diárias e não ter maleteiro,para nos ajudar com as malas.Verifiquei que naquela cidade os preços eram mais baratos.
A cidade tem ainda marcos da religião católica,como a bonita catedral e a ponte de ferro,numa das praias,por onde saiam os escravos.Viajamos numa companhia aérea locala Sonair,de Luanda para Benguela(ida e volta),que é excelente:consegue num voo de 45 minutos.serviço de bordo na classe executiva e café feito na hora.Minha surpresa naquela cidade foi almoçar no restaurante do presidente da Associação de hotéis de turismo da província de Benguela,com excelente comida e serviço de primeira. Os restaurantes mais caros em angola e que atendem turistas servem comida com influência portuguesa e ele consegue uma culinária mais angolana.
Enfim,foi uma experiência muito boa e que me deu vontade de repetir para conhecer as reservas de animais e outras curiosidades.Em julho de 2016,estarei de volta...
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