17/09/2020

Revisitando a Tijuca e a Lagoa















Sou tijucano,com muita honra.Nasci e morei ,durante algum tempo ,na ZN.Foi ali,que tudo começou,em plena Delgado de Carvalho,especificamente no número 30,Edificio Almirante Boiteux,em homenagem ao meu avô Lucas Alexandre Boiteux,um historiador catarinense,de origem suiça,,que veio morar no Rio.Meu pai tinha 11 irmãos ,dos quais 6 eram homens e todos militares,com altas patentes e nomes poucos usuais Ruyter,Norton,Nelson,Yan,Colbert e Bayard.Por isso,fiquei conhecido pelos mais intimos como Bayarzinho e carreguei durante muito tempo o fato de ser filho de uim homem famoso,democrata e de uma lisura.que até seus  inimigos ideológicos e familiares respeitavam.

Ontem,resolvi rever um pouco minha infância ,a volta ao Brasil,após o exílio de meus pais e revisitar a Tijuca.Comecei pelo edificio Almirante Boiteux e vi uma porteira ,que tomava conta do mesmo,pedi para fotografar o prédio ,informando que já havia ali residido e que o nome do prédio era de meu avô.Embora mascarado,ela disse:você é o Bayarzinho ,não é mesmo? e autorizado entrei.Nada Mudou.Era o mesmo local onde eu havia crescido,feito tantos amigos e sobretudo convivido com inumeros familiares,já que dos 16 apartamentos ,6 eram ocupados por Boiteux.Cabe lembrar que o prédio foi outrora a casa onde meus avós viveram com os filhos e que depois se tornou um prédio ,construído por um dos meus tios,Colbert.

Ao lado da Delgado de Carvalho,fica a Rua Araujo Penna,onde moravam outros tios e faço alusão aqui ao Tio Ruyter,médico do Exercito que sempre cuidou de toda a familia  e que também atendia no seu consultório ,na General Rocca.Ele fez todos os partos de quase todos meus primos.Era  um democrata ,positivista,de uma generosidade muito grande,que atendia os que não podiam pagar ,fornecendo amostras grátis dos remédios necessários e com diagnosticos certeiros,sem nenhum exame adicional.Meu parto aconteceu no Hospital Casa de Portugal,na Rua do Bispo,onde também cursei Direito na Estácio de Sá,à  época Faculades Integradas Estácio de Sá e conclui meu mestrado em Educação.Parei um pouco no cruzamento da Delgado com a Barão de Itapagipe,onde fui atropelado e como fiquei em coma,meu pai,preso politico foi me visitar.Não poderia deixar de visitar a Escola Municipal Francisco Cabrita,onde adorava merendar e usar o dentista disponível.Passei pelo Clube Municipal,onde aprendi a nadar e ganhei várias medalhas.Só não fui até a rua Valparaíso,onde morava outro tio,o Almirante Norton Boiteux,um exemplo para a Marinha brasilçeira,quando não acatou ordens descabíveis durante o regime Militar.Ele está presente até hoje,no meu primo Norton Rapesta,embaixador do Brasil no Kuaite e Bahrein atualmente,o Nortinho que leva o nome em homenagem a nosso tio.

Acho que foi o Bayarzinho criança que fez o tour,saboreando cada momento,como único e lembrando do primo Toninho,com seu uniforme do Colégio Militar,das tias de seu pai Antonio José que tinham  uma linda casa,onde eu lanchava eventualmente,do Dr Alcenor,pai do meu cunhado Fernando Celso,do Dr Dalmo e D.Aparecida,do Eduardo e do Marquinhos,da Fanny e do Jaiminho,dos filhos da Dona Ofélia,que queriam nos bater e das primeiras namoradas.Me veio à tona também a Praça Saens Penha,cheia de cinemas ,onde tinha autorização para ir com os amigos.

A volta à idade adulta,aconteceu quando atravessei o túnel e estava na Lagoa Rodrigo de Freitas,lugar paradisiaco,para passear e correr.Enquanto estive casado e depois que me separei,morei quase 12 anos em Ipanemae corria muito na Lagoa,com meu personal.

A lagoa está bem cuidada,com a operação Lagoa Presente em curso,com a água mais clara onde podemos ver caranguejos e peixinhos.Alguns quiosques funcionam,vendendo água de coco,em especial a barraca do Luciano,um paraibano que transforma o coco que fica em fatias de sashimi,com todos os protocolos de segurança.Aqui,retomo contato com a realidade da pandemia,onde vários infratores insistem em andar sem máscara,embora uma parte considerável respeite a obrigatoriedade.O Parque da Catacumba,nas imediações está aberto até ao meio dia mas quando chego,o mesmo está fechadoAs fotos com o novo iphone são perfeitas e me deixam retratar a beleza da Lagoa.

Escolho para almoçar o Vamo,no downtown,cujo serviço é nota dez e tem um apreço muito grande por todos os protocolos de segurança,diferente por exemplo do da Abelardo Bueno,onde parece uma grande aglomeração sem distanciamento real das mesas.A carne,bem passada derrete na bocae o vinho chileno,bem encorpado é dividido com a amiga Viviane Fernandes,diretora de marketing da Via Apia Turismo,minha grande amiga,cuja empresa mudou para a Barra e já não via,desde o Carnaval.

Dia abençoado,diferente e com muitas lembranças e fotos que me revigoraram e me fizeram sentir mais tijucano do que nunca.









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