Nasce um novo Carnaval no Rio de Janeiro
Bayard Do Coutto Boiteux
O ano de 2025 foi o
ponta pé para as mudanças ,já tão necessárias e vitais para a sobrevivência do
Carnaval.Dividir os desfiles das agremiações em 3 dias foi a decisão mais
acertada ,assim como aumentar o tempo dos mesmos ,realocar os jurados ao longo da Passarela e receber as
notas no mesmo dia.Tais providências num mesmo ano mostram a vontade da Liesa
de inaugurar novos tempos.
A redução do credenciamento para protegidos permitiu que a
pista não fosse invadida.E mostrou coerência nas autorizações para a ordenação.O
profissionalismo é vital e retira o ranço politico dos que desejam circular
pela Avenida,para angariar votos.O Carnaval é do Rio e o prefeito Eduardo Paes
a grande figura que merece visibilidade.
A Riotur ainda tem papel fundamental na coordenação dos órgãos
governamentais que atuam no certame e fornece seus colaboradores para a gestão
dos setores.Não pode deixar morrer sua função na organização.
Outro formato que precisa ser aprimorado são os
bailes.Insistir em bailes de gala com roupas alugadas,o que fomenta é verdade o
comércio já teve seu tempo.Um hotel da orla marítima que deveria cuidar de sua
renovação e adequação aos novos tempos parou no tempo.No entanto,o Fairmont
Copacabana,com uma das gestões mais aprimoradas que conheço trouxe um novo
baile:o das Máscaras com conceito moderno de sustentabilidade e alimentos e
bebidas propícios para temperaturas tão elevadas,o que não deve parar nos próximos
anos.
As feijoadas são realizadas em modelos idênticos ,com
apresentações de escola de samba e buffet nem sempre dos mais primorosos.Mais
uma vez ,o Fairmont saiu na frente e junto com a Associação dos Embaixadores de
Turismo do RJ realizou uma feijoada no Tropik com a participação de uma
fanfarra ,formada por colaboradores e vai fazer uma outra para apuração.
Os blocos de rua continuam.Muito grandes em alguns
casos,sobrevivendo de patrocinios mas com mijões e mijonas ainda presentes pelo
número reduzido de banheiros químicos.Na minha visão,são fundamentais mas
deveriam melhor se comunicar para evitar mesmos horários e atrapalhar a vida
dos moradores.É só planejamento do Poder Público e dos organizadores.
Embora ainda com algumas ocorrências,inclusive com turistas
estrangeiros,a segurança foi melhor desenvolvida.Há áreas que merecem maior
atenção ,como o flamengo ,a Tijuca e a zona oeste,nomeadamente a Barra da
Tijuca.
No momento em que uma Revolução silenciosa se apresenta,a
Passarela do Samba precisa ser redimensionada como um equipamento
turístico,aberto para visitação o ano inteiro.Falta um museu do
Carnaval,previsto no projeto original e que já existiu de forma plena,quiosques
de informação turística,com venda de suvenires e possíveis fotos
fantasiados,além de uma mini lanchonete.Poderia até comercializar os ingressos
para visitação.
Tivemos um carnaval com muito boa ocupação em diversas áreas
da cidade,graças aos nossos vizinhos argentinos que vivem uma crise financeira
e encontram nosso produto com preços
muito competitivos.Basicamente,fomos invadidos por sul americanos e poucos
europeus e norte americanos,no bom sentido mas a promoção do Rio ainda é falha.
A mera participação emeventos do trade no exterior ,do ponto de vista
institucional tem relevância mas o ideal são grandes campanhas nos países
emissores.
Já é hora de preparar 2026.Trazer jornalistas do mundo
inteiro e personalidades que possam dar visibilidade,o que não vem acontecendo
nos últimos anos.Prezar pelo resgate do carnaval na periferia com suas
tradições e vertentes que são um apelo decisivo para uma descentralização do
Carnaval.
Os que tem vontade de mudar,que não se apegam a obter credenciais e frequentar camarotes para fotos
tem muito trabalho e reformulação.Basta querer,não é mesmo?