15/11/2015

O massacre de Paris e as lições de solidariedade e diversidade

O massacre de Paris e as lições de solidariedade e diversidade
Bayard Do Coutto Boiteux
   O mundo passa por uma onda de violência nunca vista:fanáticos estão semeando o pânico em inúmeros países,alguns com pouca visibilidade mas com a morte de inocentes.A cidade luz,a linda Paris das contradições,das "banlieues" ricas e daquelas carregadas de revolta foi massacrada por um grupo de terroristas do chamado "Estado islâmico".
Não é a primeira vez que a França sofre a ira dos Jihadistas.Alías,e na França que existe o maior processo de recrutamento de terroristas,que hoje representam 34 mil franceses,número alarmante devo confessar.O episódio do Charlie Hebdomadaire levou à comoção milhões de franceses,embora a referida revista tivesse de alguma forma,desrespeitado fundamentos de uma religião,lembrando que ela o faz também com outras.
Desta feita,foi diferente.Resolveram atacar locais frequentados por locais e turistas,como restaurantes e casas de espetáculo.Foi o maior ataque,desde a segunda guerra mundial na França e com resquicios de atrocidade:129 mortos e 352 feridos,dos quais 100 em estado grave.Estão misturados no total não só franceses mas estrangeiros,o que deu uma visbilidade muito grande ao fato,sobretudo lembrando que a França é o maior país turístico do mundo(que recebe o maior contingente de turistas internacionais) e Paris uma das cidades mais visitadas e considerada "segura" nos paramétrios turísticos.
A França ,aliada dos EUA nas guerras internacionais,ainda não havia sentido a fúria e o poder de organização do Estado Islâmico.A casa de show Bataclan apresentava uma banda norte-americana e o stade de France,um jogo França X Alemanha.  Os restaurantes da moda faziam parte do charme dos 10 e 11 arrondissements,como são denominados os bairros naquela cidade.
Paris acordou vazia e continua hoje,com policiamento ostensivo nas ruas,revistas em alguns locais,como supermercados e uma orientação das autoridades para que permaneçam em casa.No entanto,a solidariedade fala alto e filas enormes para doação de sangue se formaram,profissionais da saúde se ofereceram para ajudar e velas foram acesas próximas aos locais dos atentados por pessoas que perderam entes queridos mas que queriam demostrar um sentimento de luta e tristeza .
Dentro do quadro de comoção,aparecem novamente os sentimentos de xenofobia e ultradireitistas culpando o governo de descaso com os franceses.Alias,é sempre bom lembrar que a França é o maior país muçulmano da Europa ,que 16./. de parisienses pertecem a tal religião e que há muita polêmica nas relações com tais franceses.Sim,são franceses,apesar de seus nomes diferentes e suas escolhas religiosas.Não podem ser confundidos com terroristas e não se pode generalizar. É um momento de Dar as mãos e buscar uma luta efetiva contra grupos   ortodoxos,que espalhados no mundo  já mataram australianos em uma discoteca em Bali,explodiram embaixadas e hotéis na Indonesia,para citar alguns exemplos.
Estamos todos consternados e um pouco fora da realidade,que encontramos em viagens internacionais que passam a merecer mais cuidados e análises.A onda começou em Paris mas há ameaças para outros grandes centros urbanos,como Roma e Londres.
Por outro lado,os imigrantes que fogem de ditaduras e entram na Europa vão ser visto como propagadores dos atentados,já que um passaporte sírio foi encontrado ao lado de um cadáver. É outro ponto que nos deixa  apreensivos e temerosos de ações pontuais de franceses contra os grupos de refugiados.
Enfim,o mundo continua e tais ataques não vão nos fazer parar.O mundo vai continuar lutando contra aqueles que renegam a diversidade e sob o nome de um "DEUS" querem impor religiões e preceitos. É hora de uma grande reflexão e tomada de posição.Não devemos ir para as redes sociais,comparando tragédias ou postando absurdos.Muita calma,no momento da dor,que precisa ser acalmada com o poder da compaixão e da vontade de mudar.
Paris,minha solidariedade a você,que hoje sofre uma dor e grita revoltada pelo que fizeram aos seus.Você vai se recuperar.Allons enfants de tout le monde...