Uma viagem para a Índia sempre representa uma grande experiência cultural. Conseguimos entender como o turismo é motivado pela diversidade comportamental e religiosa, apregoada no Código de Ética Mundial do Turismo da OMT. Trata-se de um país repleto de contradições sociais e de belezas e riquezas nunca vistas. É uma oportunidade ímpar de perceber como a pobreza, a riqueza e o desenvolvimento se desenvolvem em conjunto e sem se sobrepor.
Uma das atividades predominantes é o turismo. Algumas cidades vivem disso e há uma cultura da gorjeta. Ela faz parte de cada momento turístico e todos a esperam com ansiedade, num país onde o salário mínimo beira os cem dólares norte-americanos.As contradições começam no espaço urbano, com a falta de banheiros nas residências e nos locais de grande concentração urbana, que obriga a população a evacuar e urinar em espaços públicos. É algo que nos choca, pois se apresentam com suas garrafinhas de água (já que o papel higiênico é pouco utilizado), agachados, por exemplo, ao longo da trilha do trem que liga Delhi a Agra.Por outro lado, shoppings de padrão internacional permeiam as grandes cidades, com indianos ricos fazendo compras e consumindo produtos ocidentais, como o Hard Rock Café de Delhi. O metrô também tem uma segurança digna de aeroporto em todas as estações, com carros confortáveis com ar condicionado e informações em dois idiomas.Por outro lado, o trânsito é caótico, as pessoas andam na contramão, buzinam o tempo inteiro e ultrapassam pelo meio-fio. É algo inacreditável, que faz dos indianos os melhores motoristas do mundo, já que os acidentes são raros. Cabe ressaltar que a Índia fabrica um carro popular de US$ 2 mil que se assemelha a carros básicos ocidentais e que gera uma grande demanda local.Há também presente o problema das castas e das religiões. Muçulmanos e hindus convivem sem se aproximar. Percebo uma distância negada entre os mesmos. Só vi uma verdadeira relação de paz entre as duas religiões até hoje nas Ilhas Maurício. Hoje, ainda, os casamento são combinados e os cônjuges escolhidos pelas famílias.Ao lado de tais comportamentos , surge o aeroporto internacional de Delhi, com padrão internacional de atendimento e um free shopping que lembra os maiores centros turísticos do mundo. Indianos com seus notebooks e celulares de última geração trocam informações e se aprimoram no país que tem o maior número de universidades no mundo.A história local e os atrativos são muito baseados nos marajás, seus palácios e nos locais de veneração de grandes ídolos locais, verdadeiros santuários de homenagem a um passado remoto. O povo, de uma beleza extrema, sorri o tempo inteiro e mostra uma fragilidade de sentimento num cenário deveras desumano.A verdade é que estamos perante um dos países do Bric que quer ao mesmo tempo evoluir, mas, por outro lado, se vincula a um grupo de atividades, nada sustentáveis. Índia, um país a ser conhecido, apreciado, entendido, mas com uma com visão cultural de uma sociedade de contradições sociais e belezas.
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